quarta-feira, 20 de julho de 2011

“Em todo o Homem adulto está uma criança que quer brincar.”

(Nietzsche)

Lembram-se de quando eram miúdos e a vossa maior preocupação era se iam ter uma bicicleta nos anos ou se poderiam comer chocolates ao pequeno-almoço?
Ser adulto é totalmente exagerado.
A sério, não se deixem enganar pelas cuecas modernas, o sexo fantástico e o não haver pais a darem-nos ordens.
A maturidade é responsabilidade.
A responsabilidade... é um horror.
Os adultos têm de ir a sítios, fazer coisas, ganhar a vida e pagar a prestação da casa… a propósito de responsabilidade... Faz bicicletas e chocolates parecerem mesmo bons, não faz?
Sabem qual é a parte mais assustadora da responsabilidade?
Quando erramos e deixamos que nos escorregue das mãos.
Responsabilidade: só chateia.
Passada a idade dos aparelhos e soutiens para adolescentes, a responsabilidade não se vai embora.
Não pode ser evitada ou alguém nos faz enfrentar ou sofremos as consequências.
E, mesmo assim, a maturidade tem vantagens.
Quer dizer, as cuecas, os pais que já não nos dizem o que fazer...
É muitíssimo bom.
Depois de muito pensar e de muitas noites sem dormir, aqui está o que eu decidi.
Ser adulto não existe.
Nós crescemos, saímos de casa, deixamos a nossa família e constituímos família.
Mas as inseguranças básicas, os medos básicos e aquelas feridas todas crescem connosco.
E, quando pensamos que a vida e as circunstâncias nos forçaram, de uma vez por todas, a nos tornarmos mesmo adultos...
Ficamos maiores, mais altos, mais velhos mas, na generalidade, continuamos uns miúdos, a correr no recreio, a tentar desesperadamente encaixar.
Ouvi dizer que é possível amadurecer.
Nunca conheci foi ninguém que o tivesse feito.
Sem os pais para desafiar, quebramos as nossa próprias regras.
Fazemos birras quando as coisas não correm como queremos.
Dizemos segredos aos nossos melhores amigos no escuro.
Procuramos conforto onde o podemos encontrar.
E nós esperamos, contra toda a lógica, contra toda a experiência.
Como crianças... nunca perdemos a esperança.

Sem comentários:

Enviar um comentário