sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Hoje é um dia qualquer...

"Hoje é um dia qualquer.
As coisas acontecem sempre num dia qualquer, nós é que referenciamos o dia em que as coisas aconteceram.
O 14 de Julho, o 25 de Abril, “faz hoje quinze anos que”, “completam-se dois séculos amanhã”,
e todos os dias acontecem coisas importantes para cada um de nós, só que há dias em que as coisas que acontecem são importantes para todos.

Então o dia deixa de ser um dia qualquer e, à posteriori, é quase sempre, e para sempre, um dia de referência.
Foi num dia qualquer que te conheci.
E, num dia qualquer,
comecei a amar-te.

E amo-te.
Todos os dias.
Até qualquer dia.
O amor, a dor, a gente, toda a gente, acaba, inevitavelmente, num dia qualquer."


(Vou-me embora de mim... Joaquim Pessoa)


E foi assim...
Num dia qualquer...
Num dia em que a noite chorava...
Em que o frio me abraçava...
E que o calor do coração me aconchegava...
Que ouvi...
Este poesia...
E percebi...
Não é uma noite qualquer...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"Quando nos Apaixonamos"

"Quando nos apaixonamos, ou estamos prestes a apaixonar-nos, qualquer coisinha que essa pessoa faz – se nos toca na mão ou diz que foi bom ver-nos, sem nós sabermos sequer se é verdade ou se quer dizer alguma coisa — ela levanta-nos pela alma e põe-nos a cabeça a voar, tonta de tão feliz e feliz de tão tonta. E, logo no momento seguinte, larga-nos a mão, vira a cara e espezinha-nos o coração, matando a vida e o mundo e o mundo e a vida que tínhamos imaginado para os dois. Lembro-me, quando comecei a apaixonar-me pela Maria João, da exaltação e do desespero que traziam essas importantíssimas banalidades. Lembro-me porque ainda agora as senti. Não faz sentido dizer que estou apaixonado por ela há quinze anos. Ou ontem. Ainda estou a apaixonar-me.

Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distracção vivermos assim. Com tanta sorte."

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (14 Fev 2012)'


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sábado, 13 de outubro de 2012


“Acreditar em algo e não o viver é desonesto.”
(Gandhi)

Acreditamos no Amor, a maioria pelo menos, mas será que temos coragem de o viver?