sábado, 24 de março de 2012

Um dia bem passado em Ourique, muito canto, muito porco.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Porque é dia mundial da Poesia, não podia deixar de citar um dos meus poetas preferidos aqui:

O que se Passa na Cama

O que se passa na cama
é segredo de quem ama.

É segredo de quem ama
não conhecer pela rama
gozo que seja profundo,
elaborado na terra
e tão fora deste mundo
que o corpo, encontrando o corpo
e por ele navegando,
atinge a paz de outro horto,
noutro mundo: paz de morto,
nirvana, sono do pénis.

Ai, cama, canção de cuna,
dorme, menina, nanana,
dorme a onça suçuarana,
dorme a cândida vagina,
dorme a última sirena
ou a penúltima... O pénis
dorme, puma, americana
fera exausta. Dorme, fulva
grinalda de tua vulva.
E silenciem os que amam,
entre lençol e cortina
ainda húmidos de sémen,
estes segredos de cama.

Carlos Drummond de Andrade, in 'O Amor Natural'

segunda-feira, 19 de março de 2012

Fim de semana em Workshop de Fotografia, by Valter Bento

Depois de um fim de semana a tentar aprender como funciona a minha máquina no modo manual, sem ser só no modo auto ou fácil, o resultado foi motivo de orgulho:







e estou quase lá...

sexta-feira, 16 de março de 2012

quinta-feira, 15 de março de 2012

“Feliz daquele que vive apaixonado e nada teme, pois ele é o verdadeiro dono e senhor da sua vida.”
(autor anónimo)

Vivemos num tempo em que a tolerância nos relacionamentos é cada vez menor, ninguém se quer adaptar, ninguém admite fazer cedências ou sacrifícios, mas será possível haver Amor sem tudo isto?
É preciso que aprendamos a relevar alguns defeitos - já que ninguém é perfeito -, a perdoar, a não pagar na mesma moeda o mal que nos fazem, a não dar importância a uma frase mais infeliz que possa sair num dia de cansaço.
Temos sempre que tentar ser melhores e não piores, senão isto (o inferno) nunca acaba!

terça-feira, 13 de março de 2012

"Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de programação num sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias, coisa que há tempos que não sei o que são.

Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um sumo de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é?

Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:

- Senhor, não tem umas moedinhas?

- Não tenho, menino.

- Só uma moedinha para comprar um pão.

- Está bem, eu compro um.

Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail.
Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.
Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.

- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.

Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.

- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está bem?

Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pedido do menino, e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora.

O peso na consciência, impedem-me de o dizer.
Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e, mais uma refeição decente para ele.

Então sentou-se à minha frente e perguntou:

- Senhor o que está fazer?

- Estou a ler uns e-mail.

- O que são e-mail?

- São mensagens electrónicas mandadas por pessoas via Internet (sabia que ele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses):

- É como se fosse uma carta, só que via Internet.

- Senhor, você tem Internet?

- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.

- O que é Internet ?

- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem de tudo no mundo virtual.

- E o que é virtual?

Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco vai entender e deixar-me-ia almoçar, sem culpas.

- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar, pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer.
Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.

- Que bom isso. Gostei!

- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?

- Sim, também vivo neste mundo virtual.

- Tens computador?! - Exclamo eu!!!

- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira...Virtual.

A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.
Isto é virtual não é senhor???

Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssem sobre o teclado.
Esperei que o menino acabasse de literalmente 'devorar' o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um
'Brigado senhor, você é muito simpático!'.

Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!"

(Autor desconhecido)

domingo, 11 de março de 2012


Sigo estas palavras de Fernando Pessoa à risca por isso partilho convosco, lembrem-se que o sol da vida está dentro de cada um de nós, por isso deixem--no brilhar!

sábado, 10 de março de 2012

As minhas "pestes" cá de casa:


Bia: o terror cá de casa, Maria Beatriz a maior parte do tempo



Raschmaninoff: o mimoso, só quer abraços e beijos e só meus :)



Nina: a fofinha, a coisinha mais doce



Gil: o meu velhote, prestes a completar 16 aninhos, o eterno galã



Cagadinho: o dorminhoco, ainda está a hibernar e é um devorador de carne picada de vitela

quinta-feira, 8 de março de 2012

Hoje é o dia que, mundialmente, se consagrou ser o da Mulher.
Na realidade não deveria existir tal dia, uma vez que o facto de existir, por si só, coloca a mulher numa posição de inferioridade.
Existe o dia da árvore, o dia do doente disto e da doença daquilo, da protecção deste e daquele aspecto, e por aí fora num chorrilho de dias consagrado a este ou aquele.
Existem esses dias dedicados, desde que se viu que seria preciso proteger alguma coisa.
A Mulher não deveria precisar de um dia destinado a lembrarmo-nos dela.
Não há um dia dedicado ao Homem. Não é preciso.
A Mulher deveria ter o mesmo salário para o mesmo tipo de emprego, os mesmos direitos e as mesmas regalias que o homem. Em tudo deveria ser tratada do mesmo modo que se trata o homem.
Há mulheres com direitos perfeitamente iguais aos dos homens, mas são em minoria. Também há homens mal tratados, mas também são em minoria. E estas minorias não deveriam existir.
A mulher, é mais inteligente que o homem, mais perspicaz, mais metódica, implacável, rigorosa, ambiciosa e ágil.
Para que precisa então de um dia dedicado?
Só porque na maior parte do mundo, é tratada como escrava, como inferior e desvalorizada.
Desde o afastamento de cargos de chefia até ao apedrejamento, de tudo se encontra por esse mundo fora.
Nada disso deveria existir, de modo a que este dia também não tivesse razão de ser.
O Homem, sem a Mulher, valerá pouco, do mesmo modo que elas sem eles ficam incompletas.
Mas para que isto possa ser sempre verdade, é necessário mudar mentalidades e formas de estar, e não me parece que seja esse o caminho que está a ser seguido pela nossa sociedade.
Por isso tudo, viva a Mulher, não somente no dia 8 de Março (dia da Mulher), não somente no segundo domingo do mês de Maio (dia da Mãe), não somente no dia das Avós (que é Mãe e Mulher duas vezes), mas sim, viva a Mulher, todos os dias, todas as horas, todos os minutos e todos os segundos, porque a Mulher é sempre Mulher todo o tempo.

Por isso ainda é necessário um Dia da Mulher, como o de hoje?
Até quando?

quarta-feira, 7 de março de 2012

Uma analogia muito simples:
Quando atiramos uma bola para o ar ela acaba sempre por voltar.
O mesmo se passa com tudo o que fazemos, tanto de bom como de mau.
Se semearmos ventos…

terça-feira, 6 de março de 2012

Comer esparguete é uma das actividades mais divertidas que se podem fazer a uma mesa.
Porque será?
Será por termos de enrolar os fios de massa no garfo com se estivéssemos a aparafusar uma peça numa oficina?
Será por vermos o esparguete a desaparecer como se alguém estivesse a assobiar para dentro?
Será por acabarmos todos lambuzados?
O melhor é eu hoje voltar a comer para ter a certeza.

segunda-feira, 5 de março de 2012

“Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se.”

(Provérbio Persa)

E por norma, baralhamos muito estas nossas opções.
Poucas são as vezes em que conseguimos mantermos calados.
Os nossos mecanismos de defesa então formatados dessa forma.
Reagimos ao primeiro sinal de ataque, seja ele real ou não.
Os nossos medos, traumas e outros que tais, impendem-nos de parar e pensar sensatamente.
Outras vezes, no sentido de evitar “guerras” decidimos pura e simplesmente, deixar de comunicar.
Temos de tentar ver as questões de outro ponto de vista.
Inverter posições no caso de envolver outras pessoas.
Estamos muito habituados a ver tudo apenas do nosso ponto de vista, o que evidentemente, é pouco e egocêntrico.
Comunicar bastante mais mas ouvir também.
Ouvir sem defesas e sem preconceitos.
Estar receptiva e se tiver de mudar de ideias, mudo, porque isso não é sinal de fraqueza, mas sem de inteligência e ao formação moral.