quarta-feira, 21 de julho de 2010

Exposição Ateliers Permanentes 2009/ 2010


Foi hoje inaugurada na Casa da Cultura de Beja a exposição de alguns dos trabalhos desenvolvidos nos Ateliers Permanentes do ano lectivo 2009/ 2010.
Estão todos convidados a dar lá um pulinho e apreciar trabalhos de azulejaria, cerâmica, fusing, mosaico, desenho e pintura.
Não invalidando os trabalhos feitos nos outros anos, este ano temos alguns originais e muito bons, embora eu seja suspeita a comentar, visto também ter lá alguns trabalhos meus, eh eh.
Quero dar os parabens a todas as minhas colegas pelos magnificos trabalhos que realizámos e agradecer os excelentes pequenos momentos que passámos juntas.
Para o ano há mais, pelo menos é o que espero!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quando somos pequenos, a noite é assustadora porque há monstros escondidos debaixo da cama.
Quando crescemos, os monstros são diferentes.
Dúvidas existenciais... solidão... arrependimento.
E, embora possamos ser mais velhos e mais sábios, ainda damos por nós com medo do escuro.
Dormir… É o mais fácil de fazer, simplesmente fechamos os olhos.
Para muitos de nós, dormir é algo fora do nosso alcance. Queremos, mas não sabemos como o conseguir.
Mas assim que enfrentarmos os nossos demónios, os nossos medos, a noite já não é assim tão assustadora, porque percebemos que não estamos sozinhos no escuro…

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Era uma vez...

Todos nos lembramos das histórias da nossa infância.
O sapato serve à cinderela, a rã transforma-se em príncipe, a bela adormecida é acordada com um beijo.
Era uma vez… e viveram felizes para sempre. Contos de fadas.
O problema é que os contos de fadas não se realizam.
São as outras histórias, as que começam com noites escuras e tempestuosas e terminam como algo indescritível... são os pesadelos que se tornam sempre realidade.
Era uma vez… felizes para sempre.
Os sonhos são feitos das histórias que contamos.
Os contos de fadas não se tornam realidade.
A realidade é mais tempestuosa, mais negra, mais assustadora.
A realidade...

É assim... a vida

Há uma pressão constante para a adaptação às mudanças, mas sem isso damos por nós a regredir em vez de progredir.
Temos de continuar a reinventar-nos, quase a cada minuto, porque o mundo pode mudar num instante... e não há tempo para olhar para trás.
Às vezes, a mudança é uma coisa boa…
Outras vezes, as mudanças são-nos impostas...
Ou simplesmente acontecem por acaso...
E aproveitamo-las ao máximo…
Temos de inventar constantemente novas formas de nos restabelecermos.
Não se pode fingir que nada aconteceu, portanto, mudamos, adaptamo-nos, criamos novas versões de nós mesmos.
Só temos de ter a certeza de que a actual é um melhoramento, relativamente à anterior.

quinta-feira, 8 de julho de 2010



Pequeno momento, grande foto

terça-feira, 6 de julho de 2010

"Já escondi um Amor com medo de perdê-lo..."

Num dia como o de hoje não resisto a partilhar aqui um dos meus textos preferidos:

"Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo... Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir as minhas mãos... Já expulsei pessoas que amava da minha vida, já me arrependi por isso... Já passei noites a chorar até adormecer, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos... Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem... Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram... Já passei horas em frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer desaparecer... Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi... Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta no meu canto... Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir... Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam... Já tive crises de riso quando não podia... Já parti pratos, copos e vasos, de raiva... Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse... Já gritei quando me deveria calar, já me calei quando deveria gritar... Muitas vezes deixei de dizer o que penso para agradar uns, outras vezes disse o que não pensava para magoar outros... Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros... Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz... Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava... Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "acho-me, agacho-me, fico ali"... Já cai inúmeras vezes achando que não me iria reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais... Já liguei para quem não queria apenas para ligar para quem realmente queria... Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava... Já chamei pela minha mãe no meio da noite fugindo de um pesadelo... mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda... Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim... Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre... Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir o meu coração!... Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!... Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão... Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre!Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Podes até empurrar-me de um penhasco que eu vou dizer:
- E então? EU ADORO VOAR!"

Este texto pertence a Clarice Lispector.